Resumen: Sob o forte regime ditatorial comandado pelo general Alfredo Stroessner, a repressão no Paraguai fazia-se sentir mais forte a cada movimento de protesto e tentativas de derrubadas do regime, com centenas de pessoas presas, torturadas e confinadas no interior do País, especialmente na região do Chaco. Por mais violenta que fosse a repressão, a resistência à ditadura se mantinha e, à medida que o regime estendia seus tentáculos sobre a sociedade, a luta armada passou a ser considerada, por alguns grupos políticos, como a única possibilidade de tomada do poder e alteração na situação econômica e social do país. Isso ocorreu ao mesmo tempo que em Cuba o Movimento 26 de Julho derrotava a ditadura de Batista e se intensificavam as ações norte-americanas para combater a expansão das idéias comunistas na América Latina.
Esta comunicação, que faz parte do projeto de pesquisa (em andamento) “Movimentos Sociais e Políticos na Fronteira Paraguai-Brasil: A Frente Unida de Libertação Nacional (FULNA)” tem por objetivo trazer à cena atores e acontecimentos ainda pouco conhecidos e estudados da história recente do Paraguai. Como afirma Jacques Le Goff: “A memória, onde cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir o presente e o futuro... que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens” (Le Goff, 1992).